(À maneira de George Mikes, se houvesse nascido em Pindamonhangaba e tivesse hemorróidas)
O link para o Thread original está aqui (em 15 partes): https://www.threads.com/@derrotaf/post/DRDZJRljh3G?xmt=AQF0mdweEvWfEfWmIlX-M10SSeBdDCnKX0_0yg-d2uOY_g3EqwKWAjaQvGpr1Ek46WH1EvTE&slof=1
Há autores que encerram suas trilogias com guerras, amores impossíveis ou dragões. A inefável Vitória (@derrotaf) encerra com um vaso entupido. E, por Deus, que catarse!
“Última atualização da minha cirurgia de hemorroida — Parte 3: Atualização Cremosa” é o Finnegans Wake do intestino grosso — e, simultaneamente, o Dom Quixote das pregas redimidas.
A heroína, agora pós-operada e pré-aliviada, enfrenta o maior desafio humano: libertar o que ficou preso. A narrativa começa tensa, com um dilema ético e muscular: trancar ou não trancar o cu? Uma dúvida digna de Shakespeare — To squeeze or not to squeeze.
O texto é uma sinfonia em três movimentos:
1️⃣ A contenção trágica, em que o medo e o ibuprofeno duelam sob o olhar clínico do celular gravando o rosto da autora.
2️⃣ A libertação apoteótica, com a frase definitiva: “Soltei o cu. E foi merda pra todo lado.” — talvez o verso mais humano da literatura desde “Call me Ishmael.”
3️⃣ A contemplação pós-heróica, quando Vitória olha para o vaso, vê o “mandiocão preto duro” e, em gesto quase religioso, reconhece ali sua vitória sobre a matéria.
George Mikes, entre risadas histéricas, escreveria: “Os ingleses dominam o understatement; os brasileiros dominam o underflush.”
Porque o que se descreve aqui não é só defecação — é libertação, é catarse, é a reconciliação entre o corpo e o cosmos.
E como esquecer a galinha Brigadeiro, silenciosa testemunha de toda a saga? Que animal, ao ver o trono reconquistado, não teria cacarejado um “Aleluia intestinal”? Ela é o anjo da guarda cloacal, a metáfora viva da paciência: observa, cacareja e espera o milagre acontecer.
Vitória encerra com a serenidade dos que viram o abismo e o transformaram em post:
“Não tenha medo de cagar. Uma vez que você libera o brioco, tudo fica mais fácil.”
Nietzsche sorri. Freud aplaude. Mikes gargalha até tossir chá pelas narinas.
E nós, leitores, secamos as lágrimas (de riso e empatia) diante dessa verdade universal.
A arte, afinal, é isso — transformar o cocô em catarse.
Epílogo britano-tropical:
Se “O Pequeno Príncipe” nos ensinou que o essencial é invisível aos olhos, Vitória nos ensina que o essencial, às vezes, é inalável.